Presidente do Sebrae quer Simples fora da reforma tributária

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Décio Lima, novo diretor-presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), durante entrevista ao Poder360, em Brasília.

O novo presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Décio Lima, defende que o regime do Simples Nacional fique de fora da reforma tributária. Disse contar com o apoio do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), um dos principais articuladores da proposta.

O Simples Nacional abarca mais de 90% das empresas brasileiras. É um regime tributário que cobra impostos em cima do valor de faturamento. As empresas do grupo arrecadam até R$ 4,8 milhões por ano. A maioria é formada por microempreendedores individuais, conhecidos como MEIs, e negócios de pequeno porte.

“Tudo pode ser aperfeiçoado. Agora, colocar o Simples em uma reforma tributária para fazer ele desaparecer, é uma agressividade”, disse Décio em entrevista ao Poder360.

 

Durante a entrevista, Décio afirmou que o Simples Nacional não abarca os problemas de arrecadação do governo federal. Para ele, a sonegação de impostos é muito pior.

“O Simples tem que ser tratado como uma política de Estado. Nesse momento, é imprescindível para a economia e o empreendedorismo.”

O executivo avalia que a reforma tributária a ser implementada pelo governo e pelo Congresso deve buscar combater as desigualdades entre o quanto é cobrado aos mais ricos e aos mais pobres.

Indagado se o MEI deve ter a tabela de faturamento atualizada, de R$ 88.000 para R$ 130 mil, Décio respondeu que qualquer mudança deve considerar vários fatores.

“Nada que nós criamos são produtos acabados. Temos que permanentemente melhorar.”

 

JUROS NO BRASIL

Décio criticou a taxa de juros do país. Segundo ele, com a Selic a 13,75% ao ano, é muito difícil conseguir crédito para empreender com mais chances de sucesso.

“Os juros sempre são aquele obstáculo que impede o crescimento produtivo”, afirmou.

A declaração está alinhada com o que tem dito o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os juros no país.

Para Décio, o Banco Central está deixando de ser um parceiro do governo para ser apenas “um protagonista” de uma parcela da sociedade – “os banqueiros e aqueles que oferecem crédito”.

Indagado como o Sebrae pode ajudar as empresas a conseguirem empréstimo mais barato, Décio respondeu ser importante “haver o subsídio do crédito” para que se possa “enfrentar os juros absurdos”.